O que você não sabia sobre línguas ameaçadas?
É mostrar que compartilhamos nossas ideias, nossas informações, nossa cultura. Quando morre o último falante de uma língua, o mundo perde uma enorme quantidade de conhecimento que aquela língua carregava.
Algumas línguas antes em perigo, passam por um processo de renascimento. Muitos países, como Peru, Nova Zelândia, México e EUA tiveram sucesso em seus esforços para preservar suas línguas indígenas.
Para algumas culturas, preservar uma língua é preservar uma herança cultural, uma identidade
Existem, em todo o mundo, cerca de 6.000 línguas diferentes. Um projeto chamado Threatened Languages afirma que mais de 40% desses idiomas estão em risco. Este projeto afirma que mais de 50% dessas línguas estão previstas para morrer até o final deste século.
O maior número de línguas indígenas da América do Sul encontra-se no Brasil (mais de 180 línguas e dialetos). Boa parte dessas línguas está localizada na Amazônia e está em processo de extinção. Como o desaparecimento de uma língua representa, também, o desaparecimento de uma cultura, as pesquisas têm feito um rápido trabalho de catalogação dessas línguas antes que sejam extintas.
No arquipélago da Nova Guiné é onde se fala o maior número de línguas de todo o mundo. Papua Nova Guiné, país que pertence ao arquipélago da Oceania, é o lugar plurilíngue que se torna exceção à regra “plurilinguismo e extinção das línguas”. Lá, apenas 98 idiomas estariam ameaçados. Existe uma correlação entre conservação da biodiversidade e pluralidade linguística, segundo o linguista alemão Haral Haarmann. A devastação da natureza afeta os povos indígenas.
Harald Haarman
Em expedições de dez meses, Darcy relatou a cultura indígena, sua língua, seus mitos e sua convivência. Por meio de cartas para sua esposa, Berta, ele escreveu tudo o que viu com sua estada com os indígenas e, posteriormente, reuniu toda a sua carta na edição de um livro lançado em 1996 pela Companhia das Letras – Diários Índios.
O livro não foi o único produto dessas expedições. Dois estudos nasceram. Os estudos das línguas indígenas existem desde o século XVI com os padres jesuítas, mas ganharam força e importância acadêmica com as expedições de Darcy. As línguas indígenas, até então, eram básicas, que se modificaram com os crescentes estudos.